terça-feira, 18 de junho de 2019

Castelo de Midgard - Cap 20


Mais um dia nasceu, estou em meu quarto olhando para o teto de minha cama lembrando do dia anterior “Que loucura” comento baixo e antes de pensar ou falar alguma coisa, observo as servas entrar no meu quarto dizendo “Saudações princesa, viemos trazer agua quente para sua banheira”.

Depois do banho e do café servido na cama, faço uma trança de lado, e saio do meu quarto com meu vestido roxo. Lembrando que rasguei o papel que Phyder me mandou para não levantar suspeitas, vou até o salão principal e vejo o Rei já sentado na mesa aparentemente já me esperando. Ao me aproximar digo “Saudações majestade”

Escuto o Rei kaylon dizer: “ Saudações Kaylon, princesa, já te disse como deve me chamar”

Sarah “Devo lhe chamar assim perto de minha mãe Kaylon?”

Kaylon “ Não! Se perdeu o juízo?! Só quando estivermos a sós, sabe como sua mãe esta magoada pela falta de ingratidão da filha....ou vc esqueceu? Que abandonou sua mãe na hora que ela mais precisava?”

Sarah “ Voçê fica fazendo a cabeça de minha mãe Kaylon para que? E ainda faz chantagem! Ela não tem mais Reino, Avalon esta reduzida a pó pelo que sei, e só nos resta a linhagem Real, ela veio para morar aqui de mãos vazias”
Kaylon “ Cabeça dura igual a mãe, ou sera que é igual ao pai?”

Sarah “ Voçê conheceu meu pai?”

Kaylon “Digamos que o conheci de vista, quando vc era bem pequena, antes de ser mandada para o convento”

Sarah “Voçê já me conhecia? Minha mãe já vinha aqui, quando eu era pequena?”

Kaylon “ Não, seu pai era ciumento, não a deixava respirar, para manter as aparências ela fez tripas coração por causa de vc e do seu reino”

Sarah “ Como assim? O que meu pai fez?”

Kaylon “Digamos que ele não valorizava a mulher que tinha.”

Sarah “Vamos! Conte!”

Kaylon “Quem deveria dizer isso é sua mãe, mais pelo visto ela de poupa vc de mais, esconde coisas de vc. Seu pai era um guerreiro valente, mais ao mesmo tempo agia por impulso, não pensava duas vezes...igual a você. Ele muitas vezes andava com suas servas, e em secreto pedia para seus conselheiros escolher moças bonitas e virgens para se casar, e depois de uma noite com elas, ele as dispensava como prostitutas. Sabe por que ele fazia isso??”

Sarah “ Por que?”

Kaylon “Para chamar a atenção de sua mãe. Ele sabia que o coração dela pertencia a outro...”

Engulo ou ouvir isso e digo “ quem é esse outro?”
Kyalon “ Não notou nada?? “

Neste momento Sarah se lembra de um escudeiro que sempre andava com a Rainha em suas missões, e pelo castelo. Pensa *A fama de minha mãe já estava espalhada pelo Reino inteiro e eu não sabia* continua a dizer “ Senhor deus! Estávamos em pecado todos esse tempo, preciso de uma igreja... preciso me confessar”

Kyalon “ Igreja em Midgard? – Solta uma risada alta– aqui não temos igrejas, separamos um torre para os que dizem ser cristãos adorar esse deus, assim como eles querem. Ordenei que destruíssem a única igreja que tínhamos pois descobrimos que a freira era bruxa, então a enforcamos e colocamos fogo na igreja, e decretei uma ordem : Todos os que se dizem ser cristãos, sejam em suas próprias casas, pois em Midgard não haverá mais igreja devido o acontecido. Mais isso ja faz um tempo, vc e sua mãe nem estava por essas redondezas”

Fico um pouco pasma pela revolta daquele homem contra a igreja, e as coisas nojentas que falou sobre meu pai, parecia mentira, porém tudo fazia sentido. Eu não queria acreditar, mais parece que todos esses anos eu realmente não conhecia muito minha mãe, e muito menos meu pai. 

Tentando sair de perto do Rei, sou agarrada pelo braço e escuto o sussurro “Quem lhe ordenou sair?” sinto sua mão apalpar meu peito meio que me abraçando.Com a respiração ofegante digo “Kaylon não...” acabo mordendo uma de suas mãos que se encontram distraídas em meu corpo, vendo o mesmo me largar e pular com o susto. Arrumando meu vestido corro da sala deixando o Rei para traz, onde encontro umas das servas, e digo “Onde é a capela?”

A serva me leva ate la, faço uma reverencia como de costume Avalonense, e me ajoelho no posição de reza. Digo as coisas que fiz, ouvi e pensei e acreditando no ato pecaminoso que fiz, concluo ter feito por amor, e não por mero pecado. Rezei pelos falecidos de Avalon, os que ficaram como escravos e pelos pegados de minha mãe. Abrindo os olhos, olhando fixamente para aquele grande símbolo religioso, digo “ Não poço prometer coisa alguma, porém peço muitas das coisas entre elas que abençoe meu amor por Phyder, e que seja eterno. Amém”

Se levanta da capela que se encontra em uma das torres, e escuta um dos soldados dize “pisiu”

Olha para traz e desconfiada pois os soldados não fazem esse som, então escuto novamente, e vejo que esta de vigília na porta da capela, então discretamente me aproximo falando meio de lado : “Phyder?? O que foi?”

Ambos falam sussurrando um para o outro
Phyder  “Como sabe que sou eu?”

Sarah  “Nenhum guarda e louco de me chamar assim, se não vai para a forca”

Vejo Phyder, retirar o capacete de guerra “Passei pelo salão real, o que aconteceu com a mão do rei?”

Sarah “Eu mordi!”

Phyder “O que?! Se ta loca? Por que fez isso?”

Sarah “Ele falou umas coisas sobre minha mae e meu pai que não gostei, e tentou me estrupa”

Phyder “O que??! Vou matar ele agora”

Sarah “Perdeu o juízo homem?? Quer ser morto?! Eu disse que ele tentou, não deu em nada, uma serva apareceu”

Phyder “Buatos correm que ele ta saindo a noite escondido da Rainha isso e verdade??”

Sarah “Sim! Ele me falou”

Phyder “Sabia! Esse desculpa de perder o sono e ficar rondando o castelo era tudo conversa fiada”

Sarah “Mais ai? Vai ter como ir no rio hoje?”

Phyder “Não hoje não vai dar, tenho que vigiar a capela. Acabei de trocar de turno, não sabia que estava ai dentro, geralmente não aparece muita gente por aqui nessas horas”


Sarah “Ta bom!” me aproximo e beijo sua armadura fria e me afasto meio que saindo de perto.

Phyder “Não! Espera!” Sinto sua mão abraçar minha cintura, e me puxando para mais perto dele, então sinto um longo beijo, na porta da capela. Faltando um pouco do ar, me separo a uma distância de duas braçadas.

Sarah “ O que aconteceu com seu cabelo? Era comprido no tempo de avalom...”

Phyder “ Sim eu raspei, decidi deixar meu cabelo raspado como símbolo de luto”

Sarah “Quem morreu?!”

Phyder “ Eu já estava perdendo as esperanças, e como não te vi...”

Sarah sorri contendente, mais se apressa na despedida.

Passando pelo salão principal onde vejo minha mãe Ayesha, julgar um caso, junto com Rei Kaylon, que esta com a mão enfaixada, escuto a mesma me convocar, onde obrigatoriamente vou pensando * Tenho que aprender, e ser uma boa rainha*. Me sento na audiência enquanto vejo a porta se fechar para mais um dia de afazeres Reais.

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